O Brasil ganhou 4,6 milhões de novos pequenos negócios entre janeiro e novembro deste ano, número que já supera os 4,1 milhões registrados em todo o ano de 2024, segundo levantamento do Sebrae com base no CNPJ da Receita Federal.
Para empresários e gestores, o recado é duplo: o mercado fica mais pulverizado, com mais concorrentes diretos em quase todos os segmentos, e, ao mesmo tempo, cresce a base de potenciais clientes B2B, sobretudo entre prestadores de serviços e MEIs que começam a se formalizar e estruturar operação.
Os pequenos negócios responderam por 97% de todas as empresas abertas no período. Em média, foram cerca de 13,8 mil novos CNPJs de pequeno porte por dia, reforçando o peso estrutural desse segmento na economia e na dinâmica de consumo local.
O movimento segue dominado pelos microempreendedores individuais: 77% das aberturas foram de MEIs, 19% de microempresas e 4% de empresas de pequeno porte. Na prática, isso significa um empreendedorismo de menor ticket médio e alta sensibilidade a preço, o que pressiona margens de negócios já estabelecidos e favorece quem consegue operar com estrutura mais enxuta.
Por setor, 64% dos novos pequenos negócios estão em Serviços, com Comércio e Indústria vindo na sequência. A competição tende a se intensificar especialmente em atividades como alimentação fora do lar, beleza, pequenos reparos, logística leve e serviços digitais, que exigem baixo investimento inicial.
No recorte por unidade da federação, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram em novos CNPJs de pequenos negócios, mantendo a concentração de abertura nas praças com maior massa de consumidores e cadeias de fornecedores mais estruturadas.
Para a gestão, o ponto central é ajustar estratégia comercial e de preços a um ambiente com mais players pequenos disputando nichos específicos, e, para quem vende para empresas, olhar para MEIs e microempresas como um mercado em forte expansão.
Veja também:
WEG compra indiana Sanelec por US$ 5,2 milhões para reforçar controles em geração de energia
Inflação oficial sobe 0,18% em novembro e volta a ficar dentro da meta do BC
Salário mínimo vai a R$ 1.621 em 2026 com reajuste de 6,79%
Reforma tributária: o que vai mudar na sua empresa até 2033
Experiência de Felipe Rangel na China gera roteiro de execução e posicionamento para empresas de SC