A inflação medida pelo IPCA subiu 0,18% em novembro, acumula 3,92% no ano e 4,46% em 12 meses, voltando a ficar dentro do teto da meta de 4,5% perseguida pelo Banco Central.
Para negócios
- A inflação perto da meta reduz pressão imediata por uma mudança no corte gradual de juros, mantendo previsibilidade para decisões de crédito, investimento e preço.
- Para empresas que dependem de alimentos in natura e energia, o quadro é misto: algum alívio na cesta de insumos, mas com custo de energia em alta.
O que puxou o índice
Cinco dos nove grupos pesquisados tiveram alta, com destaque para:
- Despesas pessoais: +0,77%
- Habitação: +0,52%, com peso relevante da energia elétrica residencial, que subiu 1,27% e é o principal impacto no acumulado do ano e em 12 meses.
Transportes, Vestuário e Educação também ficaram no campo positivo. Já Artigos de residência, Comunicação, Saúde e cuidados pessoais e Alimentação e bebidas recuaram, com destaque para Artigos de residência (-1,00%).
Alimentos: alívio na cozinha, não no restaurante
O grupo Alimentação e bebidas, o de maior peso no IPCA, caiu 0,01% em novembro. Dentro dele, a alimentação no domicílio recuou 0,20% pelo sexto mês seguido, puxada sobretudo por quedas em tomate, leite longa vida e arroz.
Para empresas
- Varejo alimentar e indústrias de alimentos ganham algum fôlego de custo, mas o espaço para repasse de preços ao consumidor segue limitado.
- Alimentação fora do domicílio ainda sobe (0,46%), o que indica pressão de custos de serviços e mão de obra no setor, mesmo com insumos alimentícios mais comportados.
Expectativas do mercado
O número veio ligeiramente abaixo das projeções: analistas consultados pela Reuters esperavam alta de 0,20% no mês e inflação de 4,49% em 12 meses.
Isso reforça o cenário de inflação controlada, mas ainda próxima do teto, o que tende a manter o Banco Central em rota de cortes de juros mais cautelosa do que o setor produtivo desejaria.
Recado para o gestor
Use o alívio parcial da inflação — especialmente em alimentos — para revisar custos e margens, mas planeje 2026 assumindo juros ainda elevados e pouca margem para choques de preços, sobretudo em energia e serviços.
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