Um advogado blumenauense estreou na principal categoria da Porsche Cup Brasil e fechou a temporada 2025 como campeão da Carrera Rookie, logo no primeiro ano completo na classe. A disputa passou por Velocitta, Algarve, Estoril e Interlagos, na programação do GP de Fórmula 1.
Para quem empreende em Santa Catarina, essa história interessa por um motivo simples: mostra, na prática, como método, disciplina e gestão de risco encurtam a distância entre “novato” e “resultado”.
A equipe do EmpreendaSC — João Paulo Taumaturgo e Felipe Rangel — esteve em Interlagos na decisão. Voltaram com a mesma impressão: ao vivo, fica claro por que tantas marcas investem ali. É grande, profissional e emocionalmente forte. Ver um catarinense chegar campeão nesse palco muda a forma como a gente enxerga o potencial de exposição para empresas do Estado.

Quem é o piloto-executivo que saiu campeão logo no primeiro ano
Silvio Morestoni é advogado, gestor e piloto. Blumenauense, com raízes em Gaspar, ele decidiu entrar direto na Carrera Cup, categoria principal de sprint da Porsche Cup Brasil, correndo na subdivisão Rookie, voltada a estreantes.
Em vez de usar o primeiro ano “s só para aprender”, construiu uma temporada consistente e terminou campeão entre os novatos. Na prática, é o equivalente a um gestor recém-promovido que, no primeiro ano de função, já entrega desempenho de veterano.
O ponto central aqui não é glamour de esporte a motor. É o padrão:
- preparação longa antes de se expor;
- leitura de risco pista a pista;
- decisões rápidas com impacto direto em resultado e orçamento;
- planejamento de carreira, usando o automobilismo como plataforma de marca — pessoal e regional.

Interlagos pelos olhos do EmpreendaSC
Na etapa decisiva, em Interlagos, a equipe do EmpreendaSC acompanhou tudo de dentro do autódromo.
Do ponto de vista de negócios, três coisas chamaram a atenção de João Taumaturgo e Felipe Rangel:
- Estrutura profissional
Boxes funcionando como operações industriais, engenharia em tempo real, equipes trabalhando com processo e dado. É menos “fim de semana de corrida” e mais “operação de alto desempenho” com público na arquibancada. - Disciplina de execução
Cada sessão tem horário rígido, regra clara e consequência imediata. Pilotos e engenheiros fazem debrief com o carro ainda quente. Erro não vira desculpa: vira ajuste para a próxima volta. - Impacto emocional
Ver um catarinense decidindo título na preliminar da Fórmula 1, com arquibancada cheia, é diferente de ler release. Nas palavras deles, a sensação é “absurdamente impressionante, muito emocionante”. Fica evidente por que tanta marca grande escolhe estar ali.
Essa vivência reforça um ponto: a presença de um piloto de Blumenau nesse cenário não é detalhe. É oportunidade de posicionamento para empresas e para a própria imagem de Santa Catarina.

Três momentos-chave da temporada
Sem entrar em detalhe técnico demais, dá para resumir o ano de Morestoni em três cenas que interessam a quem toca negócio.
1. Estreia na categoria principal
Logo no primeiro ano completo, ele assume o risco de disputar a principal categoria da Porsche Cup, em vez de ficar anos “rodando” em divisões menores.
Lição de gestão:
quando a base está feita, ficar eternamente em fase de teste também é risco. Em algum momento, é preciso se colocar na vitrine e ser medido pelos mesmos critérios dos grandes.
2. Portugal como ponto de virada
Nas etapas de Algarve e Estoril, em Portugal, veio a combinação que consolida qualquer projeto:
- desempenho forte entre os estreantes;
- presença na parte de cima do grid geral;
- fim de semana com erro, punição, largada no fundo — e recuperação rápida, voltando ao pódio e à vitória.
Lição de gestão:
não existe trajetória de crescimento sem tropeço. O que diferencia é a velocidade e a qualidade da resposta. Ele não deixou o erro definir o campeonato.
3. Confirmação do título em Interlagos
Chegar a Interlagos, na programação da Fórmula 1, com chance real de título já seria um feito. Confirmar o campeonato na vitrine máxima do automobilismo nacional fecha o ciclo: resultado esportivo, exposição de marca e reforço de identidade regional.

Lição de gestão:
quando o cenário é o melhor possível — grande público, mídia, pressão — o plano já tem que estar encaixado. Não é hora de reinventar tudo, e sim de executar o que foi treinado.
Blumenau no pódio: identidade regional como estratégia
Em pódios importantes, especialmente em Portugal e em Interlagos, Silvio ergueu a bandeira de Blumenau. Isso pode parecer só um gesto simbólico, mas, sob a ótica de negócios, tem peso.
Para Santa Catarina, isso significa:
- Marca territorial em evidência
Blumenau e SC aparecem associadas a um ambiente de alto padrão, tecnologia e performance. Não é propaganda comprada, é exposição orgânica em um nicho de público com alto poder de consumo. - Prova de capacidade competitiva da região
Um piloto do Vale do Itajaí, com carreira corporativa, chega na principal categoria, disputa uma temporada inteira e sai campeão entre os novatos. Ajuda a reforçar a imagem de SC como origem de talentos que performam em arenas exigentes, não só em negócios. - Atalho para empresas catarinenses
Para marcas do Estado, estar nesse tipo de projeto reduz a distância até mercados fora do eixo SP–RJ. Em vez de tentar “furar” a mídia nacional sozinhas, elas podem se associar a uma história que já carrega performance, disciplina e identidade regional.

O que essa trajetória ensina para gestão e negócios
No fim, o recado para quem empreende é direto. A história de Silvio Morestoni não é roteiro de palestra motivacional: é um ano de trabalho medido em pontos, corridas e decisões certas e erradas.
Três aprendizados se destacam:
1. Resultado rápido nasce de preparação longa
O “ano da virada” costuma ser só o ano em que o público toma conhecimento. Antes de chegar à categoria principal, houve treino, categorias anteriores, adaptação a pista, carro, equipe.
Para empresas, vale a mesma lógica:
quem aparece “do nada” quase sempre vem de uma sequência de ciclos menos vistosos, mas bem executados.

2. Reagir bem ao erro é tão importante quanto acertar
Punição, largada no fundo do grid, corrida comprometida. A resposta foi ajustar, entender o que dava para salvar e, na prova seguinte, voltar à frente.
Nas empresas, isso se traduz em:
- admitir o erro de leitura de mercado ou de execução;
- ajustar com rapidez;
- proteger o ano, e não o ego.
3. Identidade regional pode ser ativo de marca, não peso
Em vez de tentar parecer “neutro” ou “global” escondendo a origem, o piloto reforça Blumenau e Santa Catarina em cada pódio.
Para negócios catarinenses, a mensagem é simples: assumir a origem e usar isso a favor, com consistência e resultado, pode ser diferencial competitivo. Ajuda a atrair talentos, parceiros e clientes que se identificam com a forma de trabalhar do Estado.





