Em agosto, o estado de Santa Catarina posicionou-se como o segundo com o mais notável progresso econômico do país, sendo superado apenas pelo Paraná. Segundo o Observatório FIESC, a economia do estado cresceu 0,9% em comparação com o mês anterior, sem considerar efeitos sazonais. Isso contrasta com a média nacional que registrou uma queda de 0,8% no mesmo intervalo.
Um dos grandes responsáveis por este avanço foi o setor agrícola, destacando-se a produção de grãos que ultrapassou os números da safra anterior. Dentre os destaques, o milho mostrou crescimento em sua colheita, a soja teve uma expansão na área cultivada e a pecuária teve resultados favoráveis. Conforme a Cidasc, entre janeiro e agosto, houve um incremento de 4,5% no número de frangos enviados para o abate, comparando-se com o mesmo intervalo de 2022.
O setor industrial desempenhou um papel crucial para os números de agosto. A construção civil e os setores a ela relacionados se destacaram. “O estado viu um aumento na geração de empregos formais no mês de agosto, impulsionado principalmente por obras de infraestrutura e pela demanda em setores como metalurgia, produtos metálicos e cerâmica”, destaca Mario Cezar de Aguiar, líder da FIESC.
O consumo doméstico em Santa Catarina também mostrou seu valor, potencializado pela tendência de desinflação e pelo fortalecimento do mercado de trabalho. Este aumento do consumo se refletiu na indústria, com destaque para a produção de embalagens e descartáveis. No setor varejista, supermercados e hipermercados tiveram um incremento nas vendas, e no setor de serviços, os mais beneficiados foram restaurantes, bares e hospedagens.
No entanto, algumas áreas apresentaram desafios. O comércio ampliado teve uma diminuição de 0,4%, influenciado principalmente pela queda nas vendas de itens duráveis e semiduráveis.
“Esta diminuição está relacionada aos impactos da alta taxa de juros e a consequente limitação no acesso ao crédito. O setor de serviços também registrou uma queda de 0,9% em comparação a julho, em grande parte devido ao declínio nas atividades de transporte e logística”, comenta a economista Mariana Guedes, do Observatório FIESC.