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Probabilidade x Consequências

Se alguém planeja acampar nas montanhas, pensará nos objetos a levar, dificuldades, hora de partida/saída… Se alguém constrói uma casa no campo, avaliará as necessidades e a erguerá conforme o projeto. Mas em todas as coisas que planejamos, existe um elemento que acabamos, as vezes, por não considerar ou dar pouco valor: as consequências se algo der errado.

Imaginemos o acampar nas montanhas. A lista de coisas a levar pode ser bastante grande e o mais importante de tudo é o que deriva da seguinte pergunta: Quais as consequências, se algo der muito errado? Pode ser uma picada de cobra, alguma planta tóxica, o torcer de um membro do corpo, o cair de algum lugar, o chover forte e entrar água na barraca, o não encontrar comida e água, ficar perdido… Muitas coisas podem sair do controle. Todavia, o fato a se considerar não é somente quanto à probabilidade destas coisas acontecerem, e sim nas consequências se isso vier a existir. A probabilidade de uma picada de cobra, por mais que se vejam estatísticas e onde elas habitam, não se pode prever, pois ninguém perguntou ao réptil sobre seus planos; já as consequências se ela picar, nós conhecemos várias delas.

Neste sentido é o que Nassim Nicholas Taleb, em seu livro A Lógica do Cisne Negro (pág. 268), aconselha:

Podemos ter uma ideia clara das consequências de um evento mesmo se não soubermos as chances de ele ocorrer. Não sei quais são as chances de acontecer um terremoto, mas posso imaginar como San Francisco poderia ser afetada por um terremoto. A ideia de que para que se tome uma decisão seja necessário se concentrar nas consequências (que se pode saber) em vez de na probabilidade (que não se pode saber) é a ideia central da incerteza.

Quando se pensa em empreender ou mesmo continuar um negócio, a incerteza é rainha absoluta. Não existe qualquer negócio com 100% chances de sucesso. E por isso o foco não deve ser exclusivamente nas probabilidades de dar certo ou errado (são infinitas e, portanto, incapazes de serem medidas completamente), mas nas consequências, especialmente se algo der errado.

Ao calcular e projetar o risco de um negócio, busque avaliar quais as probabilidades se ele der certo, mas também coloque muita disposição para medir o que pode ocorrer, caso dê errado.

Por exemplo, se toda a reserva da família for para o negócio e ele der errado, existe um plano B para voltar e continuar a viver? Se a empresa já estiver operando e resolverem fazer um grande investimento: caso dê errado, as operações podem continuar ou todo o crédito e fluxo de caixa será comprometido, paralisando as atividades? Em resumo: é válido correr o risco de um grande lucro ou sucesso, mesmo com as possíveis consequências que se conseguiu levantar?

Empreender é uma grande aventura, caro leitor; e só existe uma certeza neste mundo: que tudo é incerto. Assim sendo, busque maneiras de diminuir ou contornar as consequências se algo der errado, em vez de só calcular as probabilidades de algo dar certo ou errado. Desta forma, você estará mais bem preparado para a adversidade e estará mais precavido quanto ao futuro.

Bons negócios a todos!


* As informações divulgadas e opiniões expressas pelos nossos colunistas neste site são de total responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente o ponto de vista do Empreendasc.

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