Na última década popularizou-se ainda mais este modelo de construção conhecido como “sobrado” e isso aconteceu por diversos fatores. Listo alguns:
1- Custo menor de projeto. Por se tratarem de casas geminadas, basicamente você projeta uma delas, e replica o modelo base no espaço disponível do lote;
2- Maior aproveitamento de um terreno. Geralmente um terreno onde antes existia apenas uma casa, você consegue colocar duas ou até mais residências, a depender do plano diretor da cidade.
3- Maior poder de compra dos insumos necessários para construção, pelo fato de haver mais volume.
A questão fundamental nesse tipo de obra é o aproveitamento e a ampliação do valor geral de vendas por metro quadrado de lote.
O Mercado
Em cidades como Blumenau, e outros grandes centros, esse tipo de construção se tornou a regra em novas construções de casas, isso por conta da alta demanda por imóveis e o limite de espaços disponíveis para construção.
Num primeiro momento, uma solução, mas com o tempo, um problema.
Solução porque ampliou o número de opções em um mercado com alta demanda, problema porque aumentou a quantidade de residências em loteamentos não necessariamente projetados para este fim.
Sobrecarga elétrica, hidráulica, e muito mais. Problemas como a falta de estacionamento por exemplo, já são sentidos em diversos loteamentos onde sobrados ou casas geminadas são a regra.
Já são perceptíveis a mudança de hábito nos consumidores, que cada vez mais buscam pelas tradicionais casas com quintal e espaços maiores, e que se veem desamparados por não encontrarem opções acessíveis.
No fim
Para a iniciativa privada fica o desafio de encontrar projetos viáveis financeiramente e que atendam a expectativa dos consumidores, já o poder público precisa pensar melhor as exigências para este tipo de construção, tendo em vista os desafios conjuntos que surgem após a implantação desse tipo de empreendimento.
Num mercado que cada vez está mais dinâmico, estar atento ao comportamento dos consumidores é fundamental.
Com grandes construtoras oferecendo produtos de alta qualidade através da verticalização, e com o consumidor classe média cada vez mais exigente por espaço e qualidade de vida, estariam os sobrados com os dias contados? Só o tempo dirá.
por JOÃO PAULO TAUMATURGO DA SILVA – Especialista em transações imobiliárias e intermediação de negócios.
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